profilaxia pré-exposição ao hiv (prep)

A profilaxia pré-exposição ao hiv (prep) consiste no uso diário de antirretrovirais por pessoas não infectadas pelo hiv, com o intuito de  reduzir o risco de infecção pelo vírus nas relações sexuais. O seu uso correto reduz em mais de 90% o risco de infecção pelo hiv. A prep é indicada para pessoas com risco e vulnerabilidades acrescidas ao hiv, como pessoas trans, profissionais do sexo, gays e outros hsh e casais sorodiferentes.

A eficiência da proteção está relacionada à adesão: por isso é necessária a tomada diária das doses indicadas, podendo ser somada a outras medidas de prevenção, como o uso de preservativos e gel lubrificante. Se quiser saber mais, entre neste site: http://www.aids.gov.br/noticia/2017/diahv-disponibiliza-protocolo-de-pre...

 

prep

A PrEP já foi testada?

 

Sim, diversos estudos mostraram que a PrEP reduz o risco de adquirir o HIV. A PrEP foi testada em vários estudos com homens que fazem sexo com homens, homens que fazem sexo com mulheres e mulheres que fazem sexo com homens. Todas as pessoas nesses estudos: (1) fizeram teste de HIV no início da pesquisa para ter certeza de que não estavam infectadas pelo HIV; (2) concordaram em tomar um comprimido de PrEP diariamente; (3) receberam orientações sobre sexo seguro; (4) foram testadas regularmente para infecções sexualmente transmissíveis (IST); e (5) receberam preservativos regularmente.

Os homens que fazem sexo com homens que receberam PrEP tiveram, em média, 44% menos chances de adquirir a infecção pelo HIV. Entre os homens que disseram ter tomado a maioria dos medicamentos diariamente, a PrEP reduziu o risco de infecção pelo HIV em 73%, em alguns casos chegando até 92%, dependendo da adesão ao medicamento.

Entre os casais sorodiferentes de homens e mulheres (onde um parceiro tinha HIV e o outro não), aqueles que receberam PrEP tiveram 75% menos chance de serem infectados. Entre aqueles que disseram ter tomado a maioria dos comprimidos diários, a PrEP reduziu o risco de infecção pelo HIV em até 90%.

 

Quem pode usar a PrEP?

 

A PrEP não é para todos. Médicos(as) e enfermeiros(as) prescrevem a PrEP para pessoas que tenham maior chance de entrar em contato com o HIV por terem dificuldade ou não usarem preservativos nas relações sexuais, principalmente nas relações anais. Os públicos prioritários para PrEP são as populações-chave, que concentram a maior número de casos de HIV no país: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores(as) do sexo e parcerias sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não).

O simples pertencimento a um desses grupos não é suficiente para prescrição da PrEP. Ela poderá ser indicada para pessoas pertencentes aos grupos prioritários citados, que realizaram sexo anal ou vaginal sem preservativo nos últimos seis meses e/ou apresentaram episódios frequentes de IST ou ainda uso repetido da PEP.

 

Qual é a diferença entre a PEP e PrEP?

 

A PEP – Profilaxia Pós-Exposição – é o uso de medicamentos antirretrovirais após um possível contato com o HIV em situações como: violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico).

Para que a PEP seja efetiva, ela deve ser iniciada logo após a exposição de risco, preferencialmente nas duas primeiras horas, e em até 72 horas; e o(s) medicamento(s) deve(m) ser tomado(s) por 28 dias. Você deve procurar imediatamente um serviço de saúde que realize atendimento de PEP assim que julgar ter estado em uma situação de risco de contato com o HIV. É importante observar que a PEP não serve como substituta à camisinha.

Já a PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV – é o uso dos medicamentos antirretrovirais antes da exposição ao HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com o vírus. A PrEP deve ser utilizada se você se encontra em alto risco de contrair o HIV.

A PrEP não é para todos e também não é uma profilaxia de emergência, como é a PEP.  Os públicos prioritários para PrEP são as populações-chave, que estão sob maior risco e que concentram o maior número de casos de HIV no país: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores/as do sexo e parcerias sorodiferentes (uma parceria sexual onde uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não).

 

Terei que tomar PrEP para sempre?

 

Não. Você deve discutir este assunto com seu médico. Há vários motivos que fazem as pessoas pararem de tomar a PrEP. Se o risco de contrair infecções pelo HIV diminuir por causa das mudanças que ocorrem em sua vida (redução do número de parcerias, uso consistente do preservativo etc.) você pode querer parar de tomar PrEP. Se você achar que não quer tomar um comprimido todos os dias ou muitas vezes se esquece de tomar os comprimidos, outros métodos de prevenção podem funcionar melhor para você. Se você tiver efeitos colaterais da medicação que interferem na sua vida ou se os exames de sangue mostrarem que o seu corpo não está reagindo bem à PrEP, o médico pode interromper essa profilaxia.

 

A PrEP é segura?

 

Os estudos indicam que é seguro tomar a PrEP. Algumas pessoas tiveram efeitos colaterais, como dor de estômago ou perda de apetite, mas estes foram leves e geralmente passaram no primeiro mês. Algumas pessoas também tiveram uma leve dor de cabeça. Não foram observados outros efeitos adversos graves. Se você iniciar a PrEP, deve informar a seu médico se sentir esses ou outros sintomas de forma grave ou não, se eles não passarem.

 

Não uso camisinha! Não gosto de transar com camisinha! Eu broxo se usar camisinha! Sou alérgico à camisinha! O que eu faço?

A camisinha continua superimportante para se proteger do HIV e outras IST na hora do sexo, isso é fato! Além disso, é distribuída gratuitamente pelo SUS. Mas calma! Se você tem problemas com a camisinha, pense nessas possibilidades: existem camisinhas que não são feitas de látex e que são mais finas, você pode se dar bem com elas! Além disso, hoje em dia temos vários métodos de prevenção que podem lhe ajudar: você pode fazer uso da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV). É o uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com o vírus. A PrEP, deve ser utilizada se você acha que pode ter alto risco para adquirir o HIV. Mas lembre-se que ela só lhe protege do HIV, outras IST e a hepatite B necessita da camisinha para sua proteção.

Como se chegou a essa estratégia de usar medicamentos como prevenção?

 

O uso de medicamentos para prevenção teve início com a PEP do HIV em 1999. Está disponível no SUS e foi amplamente utilizada para a prevenção da transmissão vertical, em acidentes ocupacionais e violência sexual. A partir de 2008 foi implementada para exposição sexual consentida e em 2015, já inserida no paradigma da Prevenção Combinada, foi publicado o primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição, simplificando a prescrição da PEP e unificando em um mesmo documento as profilaxias para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), HIV e Hepatites Virais.

O conceito de Prevenção Combinada foi adotado no Brasil em 2013, com a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos (BRASIL, 2013), que modificou o critério para início da terapia antirretroviral (TARV) independente de CD4, fortalecendo o paradigma do tratamento como prevenção.

A última intervenção biomédica a ser incorporada na Prevenção Combinada foi a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), em 2017, mas estudos em alguns sítios foram iniciados em 2013, financiados pelo Ministério da Saúde.

Portanto, a PEP hoje é uma tecnologia inserida no conjunto de estratégias da Prevenção Combinada, cujo principal objetivo é ampliar as ofertas de prevenção para atender às necessidades e possibilidades de cada pessoa.

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